25.10.07

"Cartas na rua", Charles Bukowski


São mais de uma da manhã. A música acabou e só ouço o som da respiração da Bárbara na cama. Terminei mais um livro do Bukowski ontem e fiquei me sentindo órfão... Acho que vou encarar um de crônicas do Frank Jorge(ex-Cascavelletes, ex-Graforréia Xilarmônica), mas tenho medo de ser furada. Por equanto, deixo ai a micro-resenha do Cartas na rua do velho Buk.

Micro-resenha: Cartas na rua, Charles Bukowski **** */*
Então chegamos à primeira novela de Bukowski, escrita quando o cara já estava na casa dos 50. É diferente: saem os tempos de vagabundagem hard e entram os 11 anos que o velho tarado passou nos correios. Rolam as transas com mulheres bêbadas, mas são mais raras, o foco são 3 mulheres: Joyce uma ricaça caipira do Sul com quem Buk casa e a família toda acha que ele quer dar o golpe do Baú, Betty seu grande amor vagabundo que morre e deixa o filho(uma das únicas 3 pessoas no seu enterro) e Fay com quem o autor tem uma filha. É um Bukowski mais calmo(lembra Hollywood), com menos palavrões, sexo e porra-louquice que os outros. Muitas críticas à escravidão do trabalho, à rotina do Correio(as intermináveis rotas que Chinaski tem que decorar). Começa com Buk como estagiário do Correio, ele desiste (perseguido pelo terrível Jostone), vai se virando com sub-empregos (parte que mais lembra os contos do autor) e é convencido por Joyce a arrumar um emprego (quando volta aos Correios) para provar aos outros que não é só um sangue-suga. Me lembrou Hemingway (influência assumida de Bukowski) em alguns momentos. Na cronologia da vida de Chinaski(seu eterno alter-ego) se encaixa entre “Factótum”(cujos fatos são precedidos por Misto-Quente) e Hollywood(seguido por O Capitão saiu e os marinheiros tomaram conta do navio).

-Leia a resenha do livro "Misto-Quente" de Charles Bukowski.

Um comentário:

Frico disse...

Só pessoas que se vivessem depois dos anos 80 morreriam de Aids..

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