26.12.07

Top 5: Era uma vez no oeste e os melhores filmes que vi em DVD


Final de ano prolífico no quesito filmes de DVD, ai vai minha listinha de melhores filmes que assisti pela primeira vez dm 2007(Não valem os do cinema)

1.Era uma vez no oeste - Sergio Leone
2.A felicidade não se compra - Frank Capra
3.A um passo da eternidade - Fred Zinnemann
4.Noivo neurótico e Noiva Nervosa - Woody Allen
5. Sid e Nancy - Alex Cox

***
Acabei de assistir Era uma vez no oeste. E fiquei de boca aberta. O filme de Sérgio Leone é uma ópera com enredo de western, um épico que reune diversos mitos do gênero de cowboys num ritmo próprio e com um cinismo ausente nos clássicos de John Wayne e Cia. Um exemplo: Henry Fonda, que sempre vivia mocinhos nos filmes americanos e era um herói dos yankees, vive o vilão da história, um assassino frio que executa uma família inteira. O próprio Fonda ficou preocupado com sua imagem ao fazer esse "son of bitch" como ele diz nos extra do DVD.

As quase três horas de filme fluem de maneira imperceptível, a tensão se mantém durante toda a película desde a primeira e maravilhosa cena: três pistoleiros esperam alguém numa estação de trem aos pedaços. Pouquíssimas falas, closes transformam os rostos dos bandidos(todos atores de westens clássicos) em paisagens que se fundem com o deserto americano(Na verdade a cena foi filmada na Espanha). Cada movimento dos três é mostrado em detalhes construindo com a trilha sonora(composta apenas por ruídos da natureza, sem nenhum instrumento musical) um clima de tensão constante. O trem está atrasado. Quando chega, aparentemente ninguém desce. Os bandidos estão lá em vão. Eles se viram para ir embora, e então o barulho de uma gaita chama sua atenção. É Charles Bronson, um misterioso personagen sem nome, que vai matar os três. E nós estamos apenas nos momentos iniciais.

Seguem-se dezenas de diálogos antológicos, onde cada palavra é milimetricamente esculpida. Não há gordura aqui. Cada movimento, cada sílaba tem um significado. As referências aos velhos westerns são constantes, resultado de um roteiro escrito por cinéfilos como o diretor italiano Bernardo Bertolucci. Mas há sempre um elemento moderno que atualiza as tradições do gênero. A belíssima Claudia Cardinale é a protoganista. Ela é ao mesmo tempo a mãe e a prostituta. Uma mulher bondosa que não hesita em deitar-se com o bandido para salvar sua pele. Além dela, outro personagem central é a ferrovia: o progresso chega ao oeste despertando a cobiça e massacrando famílias de trabalhadores. "“Então, você descobriu que não é um homem de negócios, afinal de contas”, pergunta Charles Bronson a Henry Fonda. "Somente um homem" responde Fonda. “Uma raça antiga. Virão outros Mortons(o homem de negócios) e acabarão com ela”.

È ao mesmo tempo uma homenagem e uma crítica, um épico e uma tragédia. Uma grande sinfônia de morte orquestrada ao som da genial trilha de Enio Morricone. Sérgio Leone diz que tentou impor ao filme o ritmo dos últimos suspiros que uma pessoa exala antes de morrer e que todos os personagens, exceto Cláudia Cardinale têm consciência de que não chegarão vivos até o final.

Um trecho da cena de abertura:

3 comentários:

Marina disse...

hey fredye!
pow cara teu blog me humilhastes, num vi nenhuma movika boa esse ano só cheiro do ralo e tropa, e olhe lah heim... putz qse uma inculta, mas ainda posso botar a culpa no maldito vestiba. hauhauhauh

bjão curti teu blog

André T. disse...

Muito bom seu post. "Era uma vez no Oeste" está no Top 5 de todos os meus filmes... e olha que vi muitos. Pretendo escrever sobre ele em breve, também.

Frico disse...

Valeu, Marina! Valeu, André!

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