30.1.09

Diário Catarinense

"Querido diário",

Cheguei em Floripa num sábado meio nublado(24/01) depois de 12 horas num ônibus convencional, que me fizeram quase perder o medo de avião. (Medo adquirido depois de uma péssima primeira experiência de viagem, em oito horas rumo aos EUA, com direito a turbulência mega, sensação de queda e meu primo que era, teoricamente, um viajante experiente, acordando desesperado gritando de medo). O taxista era um ex-músico gente fina, com forte sotaque português(na verdade o sotaque dos"manezinhos da ilha" locais), que foi me contando suas histórias de shows e gravações através do longo caminho até o Sambaqui, no norte da cidade. (Observação importante: em Florianópolis tudo é longe e cortado por rodovias, como se fossem várias pequenas cidades com características próprias ligadas por estarem na mesma ilha).

Confesso que minha primeira impressão depois de um trajeto longo o suficiente para dar 40 reais de táxi, foi de que eu estava num vilarejo isolado, sem nenhum dos confortos que um paulista que vive na "capital-londres-brasuca-que-chove-o-dia-todo", desfruta diariamente. Meu lado hipocondríaco neurótico insistia em perguntar: "se eu tiver um ataque cardíaco, onde se encontra o hospital mais próximo, por favor?". Mas essa visão logo foi dissipada quando conheci nossa pousada, simples mais confortável, o "Pouso da Poesia", dirigido por Raul Longo, um jornalista/publicitário aposentado, que herdou do Bukowski o fígado, o rosto e o gosto pelo cigarro(que ele estava tentando largar pela quinta vez). Raul disse que seu passatempo favorito e "contar mentiras para os hóspedes novos". Falsas ou não, suas histórias são saborosas. Quando ficou sabendo que eu e minha namorida, Bárbara dos Anjos, éramos jornlistas da Editora Abril, ele contou que seu pai era conhecido do velho Victor Civita, quando este ainda editava o Pato Donald no fundo do quintal. E que o próprio Raul tinha perdido o cabaço jornalístico na Editora da arvorezinha verde, escrevendo roteiros das histórias do Mickey e Cia, das fotonovelas da Capricho e encerrando sua passagem por lá na célebre revista Realidade.

Depois da conversa e do café da manhã, nossa amiga Anita veio nos buscar para uma volta no bairro, um pólo gastrônomico da ilha, ainda não devastado pelos turistas, lar de boêmios, intelectuais e artistas. O pai da Anita, Celso Martins, é um jornalista respeitado em Floripa, sempre atrás de pautas sobre a cidade e ecologia, fumando um cigarro atrás do outro, e contando histórias de quando a ilha era o porto mais importante do sul do Brasil.

Depois desse primeiro passeio ainda conhecemos a praia da Daniela, nos entupimos de camarão e cerveja no bar Restinga(o dos bonecos de Boi Mamão) e fomos dormir quebrados com a missão de desbravar mais meia dúzia de praias em nossa curta estada em Santa Catarina.

23.1.09

Livros que quero comprar em 2009

Agora que finalmente acabei "Fama e Anonimato" do Gay Talease, minha meta para 2009 é adquirir:

-"A sangue frio", Truman Capote
-"Édipo, Rei", Sófocles
-"Terra Ensolarada", T.S. Elliot
-"Adeus às Armas", Hemingway
-"Admirável Mundo Novo", Huxley
-"Esperando Godott", Samuel Beckett
-"1984", George Orwell
-"Os cantos", Ezra Pound
-"Folhas da Relva", Walt Whitman

Podem me dar de presente :-P

E a partir de hoje começa minha saga em direção ao litoral sul. Beijo e não me liguem

21.1.09

Frases Punk

-Leia mais frases legais aqui!

Como o pessoal continua procurando esse blog atrás de frases punks, separei algumas frases e trechos de letras de figuras do movimento. Tem mais no link ai de baixo:

“Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer”. Clemente, Inocentes.

"Papai Noel, filho da puta/ Rejeita os miseráveis/Eu quero matá-lo/Aquele porco capitalista/Presenteia os ricos/Cospe nos pobres". Garotos Podres.

-Leia frases de Charles Bukowski

“Música não é política, mas traz em si a idéia de liberdade". Lou Reed, ex-Velvet Undeground

"Pau no cu de Deus, da Globo e do ABC". João Gordo, Ratos de Porão.

"Vagando pelas ruas tentam esquecer/Tudo que os oprime e os impede de viver/Será que esquecer/Seria a solução/Pra dissolver o ódio que eles tem no coração?(...) Garoto do Subúrbio você não pode desistir de viver". Inocentes

"Eu sou completamente contra as drogas, por isso eu não assisto nem ao SBT, Globo ou Record" Marcelo Nova, ex-Camisa de Vênus

"Só ha dois fatos irreversíveis no mundo contemporâneo:A morte e a mediocridade. Com a clonagem só restará amediocridade." Marcelo Nova, ex-Camisa de Vênus

"Era um emprego, e eu estava apenas cumprindo a minha obrigação." Johnny Ramone, Ramones

“O Capitalismo roubou minha virgindade.” International Noise Conspiracy.

"Minha mãe não pariu nenhum punk, no entanto aqui estou eu" Fred 04, mundo livre s/a

"Aids, pop, repressão. O que eu fiz para merecer isso?" João Gordo, Ratos de Porão



-Entrevista com Garotos Podres
-Entrevista com o Dead Fish
-Trailer do documentário sobre RDP

Lembra de mais alguma?

19.1.09

Tem um Drummond no meio do caminho

Tudo o que escrevo, Drummond já pôs na estante
Tudo o que penso, Drummdond já pensou antes
Tudo que eu crio, Drummond já descartou
Tinha uma pedra no caminho, mas o safado já chutou!

-Outras poesias

Bula do Amor - Poesia

"O amor é uma droga", já avisou o médico.
"Calma, não um lixo, mas um tipo de remédio"
Excesso de paixão provoca medo e delírio
Tem contra-indicação como Prozac e Chá de Lírio

"Vamos conte tudo, sua angústia mais vã"
"Foi flechada do Cupido, que me pôs nesse divã"
Comprei o meu amor, no mercado que incendeia
Me venderam um peixinho, mas enxerguei uma sereia.


Os pedreiros e garis só têm olhos para namorada
Amigos se apaixonam, não respeitam mais nada
Dançarinos do baile só com ela vão dançar
Todos solteiros querem minha noiva pra casar

Lavagem estomacal e cartas de suicídio
Não aplacam o exagero que provoca prejuízo
Doses homeopáticas de ternura e desejo
São o antídoto para ciúmes e toda forma de exagero

18.1.09

"99 Francos" - Trailer

É um filme legal sobre o mundo publicitário. Assista!


***
E este blog está um sucesso com mais de 3000 visitas por mês!

Big Brother - As mais gatas do BBB

Bom, já que a maior audiência desse blog era para o post de "Vídeos do BBB"(que não tinha nada, só era uma piada pra dar audiência) , vamos colocar alguma coisa sobre o assunto aqui:


Um vídeo que a gente fez para o antigo programa "Hot 5" do site da Mundo Estranho. A narração é da Gabi Portilho e a produção da Gasolina Filmes.

14.1.09

Documentário em animação pode levar o Oscar

-Mais trailers legais



Vi no Blog do André Sirangelo na Super, que o filme Waltz With Bashir é o grande favorito ao Oscar de melhor filme estrangeiro. A animação feita em cima de um filme real, gravado em película, já levou o Globo de Ouro na categoria.

A produção israelense tem um trailer muito foda e fiquei puto de saber que passou na Mostra de Cinema de São Paulo de 2008 e eu perdi :-(

Hype

Amor é brega
Serenatas são piegas
Única forma de ser legal:
Discotecar hit internacional

10.1.09

Psicodelia High-Tech

Cérebros emitem
Vibrações que dizem
Corações sentem
O que as máquinas mentem

8.1.09

FIM DO INFERNO ASTRAL!

Eba! Meu aniversário é amanhã, o inferno astral acabou, eu vou poder beber, e estou empolgado em fazer um quarto de século!

UHUUUUUUUUUUU!

Espero vocês no bar!

5.1.09

Minhas musas são pé sujo - Conto

-Tava procurando mulher pelada? Clica aqui, então

Pra quem convive comigo isso não é novidade nenhuma, todos sabem que eu tenho uma quedinha por minas hippies. Hippies, punks, junkies, garotas problemas e suicidas. Tenho fascínio por pessoas que não dão valor a vida. Ta ai um mistério que não consigo solucionar, mas dane-se, isso é outra história.
***
Eu estava no Fórum Social Mundial em Porto Alegre, capital mundial das “pé-sujo” e fazia um solão da porra. Tava com diarréia, desidratação e gengivite. Ia ao banheiro de cinco em cinco minutos, minha boca mais seca que múmia egípcia e a água da cidade contaminada... Os ambulantes mercenários vendiam garrafinhas d’água por R$1,50 e cerveja ruim por R$ 2,00 reais a lata. Um roubo! Tudo em nome do “anti-corporativismo”, hipócritas! Para não beber cerveja de uma grande empresa eu era super-explorado por uma fabriqueta gaúcha de mijo e por aqueles vendedores estelionatários. Tinha pouca grana no bolso e isso me impedia de beber tanto quanto eu queria. Uma coisa que me irrita é passar sede, pior que fome! Resolvi só tomar pinga, o que não me ajudava muito. Acordava às nove horas da manhã com um sol desgraçado me dando bom dia. Eu dizia “Bom dia seu grande filho da puta, obrigado por queimar meu cérebro, ter um câncer de pele, vai facilitar muito minha velhice”. A temperatura dentro das barracas de plástico, nas quais estávamos acampados era insuportável. Me sentia um sem-terra, um guerrilheiro, um desabrigado por desgraça natural como o Tsunami. Isso vinha bem a calhar com a temática esquerdista do Fórum. Talvez tudo que eles quisessem era nos proporcionar um workshop de como é a vida das classes exploradas. Ta certo, meus queridos, eu cresci numa quebrada de verdade e na minha rua tinha uma boca de fumo, vão dar palestra de realidade para os gringos que tão a fim de fazer um turismo barato aqui no PATROPI!
Porra! Meu intestino tava avisando: lá vem merda, garotão! Saí correndo como um louco até o banheiro mais próximo. Eu tinha três opções reais: os banheiros do parque municipal onde estávamos acampados, onde ficavam chuveiros, mictórios e privadas, e que se encontrava num estado miserável. Os banheiros químicos, que eram cabines de plástico, com uma espécie de privadinha, na qual não se encontrava descarga, a merda ficava ali olhando pra gente e boiando, à vontade. A última opção era o shopping center que ficava uns 15 minutos de caminhada, o que não estava nas minhas possibilidades. Ou então eu podia cagar ali no meio do chão, o que não causaria espanto a incrível aglomeração de hippies e anarco-punks sujos, que se juntava no local. Decidi usar o banheiro químico: forrei a parte da frente para não raspar o pinto na imundice e morri por cinco minutos. Minha alma saiu do corpo. Voltei a mim, me juntei aos caras.
Estávamos cobrindo o Fórum para um coletivo de comunicação. Éramos todos jovens recém formados na infame “comunicação social”: relações públicas, rádio e tevê e jornalismo. Ninguém tinha conseguido um emprego de verdade em uma grande rádio ou jornal impresso e então unimos nossas forçar em nome da justiça social e resolvemos fazer as coisas com as próprias mãos. Tinha uma porrada de minas lindas, com sandalinhas de couro, saias indianas e colares artesanais, mas eu não podia perder meu tempo com elas, já que nossa querida “líder”, Marina, era uma workaholic do inferno e não nos permitia fazer outra coisa a não ser filmar, filmar e filmar.
O lance era o seguinte: estávamos fazendo um documentário sobre ativismo social em parceria com uma ONG gringa e se tudo desse certo poderíamos conseguir uma verbinha para nosso coletivo. Todo mundo tava sem grana e vivendo à custa dos pais, que não queriam mais bancar ninguém. Tava todo mundo sem um puto nem pra cerveja e economizando até nas refeições. O cara que tava na pior situação era o Hebert, mulato, formado em rádio e tv, vindo da periferia de São Paulo que tinha conseguido se formar graças à “bolsas-esmola” do estado. O nego tinha talento nato pro teatro, mas tava numa pindaíba que dava dó agora que a verba tinha sido cortada. Se ele não arrumasse um trampo logo, ia acabar tendo que voltar para casa e fazer serviço de peão. Eu não tava tão ferrado, mas minha mãe tava me pressionando feito louca. Tinha sido despedido de uma editora astrológica, onde conseguira estágio no último ano de faculdade. O lance dessa editora era horóscopo e revista pro público feminino. Revista barata mesmo, pras classes C e D, exploração da ignorância alheia. Sacaneavam as meninas pobres que dava dó. E a gente copiava tudo da internet, não tinha que fazer nada: só copiar e colar. E aquelas garotas punham a vida ali:
“Cara Revista Melhor Amiga, engravidei e o pai da criança fugiu. Me deixou sozinha, se meus pais descobrirem me expulsam de casa. Já decidi fazer aborto, não tenho outra saída. Será que vocês poderiam me ensinar o melhor método? Já descobri algumas coisas: Chá de Erva X, enfiar um arame na vagina, tomar remédio Y(que pode matar a mãe por sinal) ou até bater na barriga. Tenho medo que possa acontecer alguma coisa comigo... O que eu faço?”
Fuja menina! Fuja que você não merece esse mundo. Um covarde bastardo que te engravidou e fugiu, pais otários que não tem diálogo com os filhos, miséria desumana que impede as pessoas de terem acesso à informação de verdade, solidão angustiante que transforma uma revista em “Melhor Amiga”. Todo mundo leu essa carta lá na redação, alguns até riram, eu queria responder, nem que fosse para falar pra ela não fazer o aborto. Mas a editora vetou: o maldito guru esotérico e dono da revista não permitia referências a aborto, drogas ou temas polêmicos nas suas revistas. Diabos! A menina ia cometer suicídio e ninguém podia falar nada? Que mundo era aquele? Recortando e colando dicas de beleza e reescrevendo milhares de vezes a mesma matéria sobre a primeira vez de uma garota sob títulos diferentes... ACORDEM! Alguém ai sabe como é a primeira vez de uma garota pobre nesse inferno chamado Brasil? Quantas garotas vão comprar velas vermelhas, lingerie nova e uma jantar especial para o namorado que amam e quantas vão estar deitadas em uma construção, trepando sem camisinha com um babaca, que insistiu a noite inteira, e quem sabe se aproveitou do seu estado etílico. Pura merda! Depois disso não demorou muito pra eu cair fora...
Por isso tudo eu estava lá em Porto Alegre gastando meu inglês tosco e o portunhol para falar com todos aqueles ativistas malucos e montar um documentário decente e sem garotas fazendo abortos com remédios tarja preta. No final das contas a gente nunca faz o que quer quando ta ganhando. Ou melhor, nunca pagam pra gente fazer o que gosta. Sua vida é uma encruzilhada em que de um lado está a realização pessoal e a pobreza e no outro a grana e a infelicidade. Eu por enquanto tava nessas de sobreviver comendo pão com mortadela à noite e bebendo Caninha 51. Não sabia até quando ia agüentar. Todos meus heróis morreram antes de ficar velhos ou se venderam... È triste pensar assim, né? Às vezes pensar dói mais que tomar um socão na cara... E olha que eu só tomei um soco na cara uma vez. Bom, estávamos lá: eu, a Marina, o Cagote com a sua namorada nipônica, o Hebert e o Mangabeira, que era um puta alcoólatra, pior que eu. O Cagote e a namorada tavam cagando mais que todo mundo junto, o cara ficava jogado no chão, perto das barracas, em cima duma lona quente, tomando soro caseiro e se lamentando:
_ Mano, deixa eu fazer um desabafo... Não faz sentido eu estar aqui, se eu tivesse bem, vai lá, mas eu to mijando pelo c*! Aqui não tem lugar pra cagar, é quente pra diabo, não tem água, onde é que eu vim parar?
_Relaxa, Cagote, a gente vai terminar essa porra rápido e ai a gente volta pra casa. Lá vai ter uma privada enorme e limpa onde você vai poder passar o dia todo evacuando relaxado. O papel-higiênico vai ser de primeira e não essa lixa que os caras põem nos banheiros públicos...
_ E a cor, mermão(meu irmão ele queria dizer)? Vai ser azulejo branco? Banheiro bom é branquinho... Pedindo pra você: "Senta. Senta e faz..."
_ Branquinho, mano, branquinho e sem tábua cagada. Você não vai mais ter que ficar forrando a privada toda vez que for sentar.
Agora a gente tava andando, fazendo uma tomada geral do Fórum. Duzentas mil pessoas, de todos continentes do mundo, dezenas de línguas, centenas de roupas, milhares de sonhos. Barracas de artesanato hippies, anarco-punks com moicanos, sem-terra com bandeiras, partidos de esquerda com panfletos. Musas com pezinhos sujos de areia, gringos vermelhos de sol. Utopias cagadas todos os dias em banheiros imundos, cortesia da excelente água gaúcha. Um hippie sujo e com dreadlocks encanou com a nossa filmagem:
_Hei, vocês não tem autorização da minha pessoa pra me filmarem.
O Mangabeira.
_Calma, cara, a gente só ta filmando o caminho.
O Cara tava louco não ouvia, devia ter fumado tanta maconha, misturada com chá de cogumelos e LSD que o cérebro tinha virado geléia.
_Ai, meu irmão, vocês vão vender essa fita ai e os caras vão copiar meu trabalho. Isso aqui é tudo idéia da minha cabeça, meus artesanatos. Minha pessoa é um artista. Não da pra ficar filmando meus trampos assim
Montuado de estátua de barro feitas por algum cara com deficiência motora, colares iguaizinhos ao de todo “hippie artista” que se encontra no mundo. Dava vontade de chutar tudo, pisar naquelas bostas e mandar o cara tomar banho. Pra não mandar tomar outra coisa...
_ Cara, na boa, a gente ta fazendo um documentário nem filmamos você.
_ Se liga meu irmão, vou chamar meus camaradas, se vocês não apagarem isso... Ta maluco, minha pessoa é esperta, ta sabendo? O negócio vai engrossar.
_Pronto a gente já apagou e tamo indo embora_ o Hebert queria encurtar a conversa.
- Cês, acha que eu não sei o que cês faz? Vão pegar esse vídeo recortar minha cabeça e me colocar peladão na internet, fazendo assim ó(simula sexo)! Que nem filme pornô...
Nessa hora a gente mal tava ouvindo o ogro, mas eu ainda sentia seu bafo fedorento na cara...
_Filho da puta – Falei.
_Mermão, só to cagando, to precisando ir no banheiro de novo, porra! Já caguei em Porto Alegre inteiro, no posto, no shopping, no restaurante, caraca!
_ Porra, Cagote! Você ta foda hein? Só fuma maconha e caga! Caga na barraca, no chão, na sua namorada...
_ Ta maluco mermão, na minha namorada não!
Senti uma pontada. Saímos correndo e chegamos a tempo no shopping... Lá o banheiro era limpinho...
***
Meu amor platônico pelas pé sujos devia ser edipiano... Minha mãe era meio hippie quando casou com meu pai... Na prática não tenho muita frescura com mulher, mas sempre me apaixono por uma gatinha alternativa. E quase nunca ajo. Fico só olhando, pensando, imaginando... Isso me rende um monte de história pra escrever... Só que troco todos contos, o prêmio Pulitzer ou o Jabuti, por uma menina com cérebro, sandalinha de couro, blusinha de alcinha e saia indiana. E uma boa bunda, porque ninguém é de ferro, né?
23/02/05.




Este conto tem alguns trechos inspirados na minha experiência real no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, 2005. Na foto, eu, meu irmão Gabriel e Rodrigo "Pantera".

-Mais contos revolucionários e bêbados






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4.1.09

2 coisas que eu adoro e uma que eu odeio

Eu adoro ficar na praia tostando no sol e vendo o mar
Eu adoro tomar uma cerveja bem gelada no verão
Eu odeio morar em apartamento

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