Eu não tinha estudo então fiz um rap.
Para todos os bandos de moleque.
Que como eu andaram descalços
Para os condenados presos no cadafalso.
Pra todo mundo que deveria não ser, mas foi.
Todo um mais um que não é dois
Toda rima pobre que emociona
Toda falta de lirismo que questiona.
Um dia eu também estive na fila esperando.
Um exame, um documento, uma noite sonhando.
Usando aquela roupa maior dada como esmola.
Assistia aos meninos do bairro cheirando cola.
Para todo mundo que deveria estar preso e é poeta.
Todo louco que virou um pouco profeta.
Todo analfabeto que ensina
Todo puta que é menina.
A beleza do mundo é difícil de perceber.
Morrer não é difícil, é bem mais fácil que viver.
A poesia da vida é assim real.
Como esse poema fraco e sem final.
Originalmente postado no blog Clube de Ideias.
-Leia mais poesias
-"Tiros, tretas e vagabundagem"
Um comentário:
Anônimo Mano Play disse...
É nóóóóis!
Helô Cuente disse...
poxa! legal!
11 de janeiro de 2009 14:12
Fred Di Giacomo disse...
Valeu! :-)
12 de janeiro de 2009 04:19
Filhas da Pagu disse...
Ei Fred, foi "bom" ler isso hoje, quando acabo de perder um dos Amigos que fiz entre os moradores de rua da Praça da Liberdade. Fui incumbida de fazer a mensagem póstuma, ainda não saiu.
Só um desabafo. Obrigada pelo texto na hora certa.
Um rap inteligente e verdadeiro por mais que matenhamos uma distância real.
Bjs
13 de janeiro de 2009 08:25
Fred Di Giacomo disse...
Nossa, Karol, que triste! VocÇe faz um trabalho na praça, como é? Beijo
13 de janeiro de 2009 19:50
Filhas da Pagu disse...
Ahhh Fred! Estava muito baixo astral quando escrevi...
Não é um "trabalho", são meus amigos, sou meio que "conselheira" deles, também levo umas coisas que eles precisam, conheci 01 e quando vi já conhecia todos. E a gente acaba se envolvendo e isso entra na nossa rotina. Uma hora te conto toda a história.
O rap ficou muito bom!
Beijos
Karol
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