25.4.09

Um dia triste

Não foi o excesso de trabalho que fez meu dia terminar salgado. Foi uma mensagem de msn, enquanto eu conversava com nosso programador frila ao telefone que me deixou abalado:

"Fred, sabe a Pat? Ela morreu na segunda..."

A Pat era uma menina que eu conheci no Intereunesp, em 2004. A gente conversou lá uns três dias e ficamos num deles. Ela era amiga da Ju Mayan, uma amiga de Bauru. Fazia sociais, mas era tucana. Esquisito, né?

E ela foi a primeira pessoa que eu fiquei, que eu sei que morreu.

Bem estranho. Queria deixar aqui uma homenagem a ela. Só isso.

Boa noite.

20.4.09

“Odisséia”, Homero, tradução Antônio Pinto de Carvalho – Resenha

Esta resenha não tem pretensão de ser uma análise completa desta obra que já rendeu diversos livros e trabalhos acadêmicos. Para um estudo aprofundado recomenda-se “Introducion à l’ Odyssée” de V.BÉRARD.

“Odisséia”, Homero, tradução Antônio Pinto de Carvalho – Resenha

por Fred Di Giacomo

A “Odisséia” é o poema épico que narra todas as aventuras vividas por Ulisses – versão latina do nome de Odisseu – em seu longo retorno da Guerra de Tróia para sua casa em Ítaca. O poema, assim como a “Ilíada”, é atribuído ao poeta grego Homero, que teria vivido no século VIII a.C. (Existe uma grande polêmica sobre a existência ou não de Homero, muitos julgam que a obra é uma composição coletiva de diversos aedos gregos, reunidas por algum organizador que pode ter sido ou não Homero.)

24 cantos que funcionam como capítulos - compõe a “Odisséia” que se divide em três grandes partes a “Telemaquia”, na qual Telêmaco, o filho de Ulisses, começa sua busca pelo pai, desaparecido há anos, depois de terminada a Guerra de Tróia; a narração no palácio de Alcino das aventuras de Ulisses até ser mantido preso pela ninfa Calipso em sua ilha; e a vingança de Ulisses, quando ele volta para Ítaca disfarçado para punir os pretendentes que querem casar com sua esposa Penélope e consomem os seus bem em grandes banquetes. Segundo Thomas W Allen, em texto de 1907, o núcleo primitivo da narrativa são as lendas – quase contos - de Ulisses no palácio de Alcino quando ele relata seu encontro com os terríveis Ciclopes, a feiticeira Circe – que transforma seus aliados em porcos - e as Sereias que procuram atrair para a morte os navegantes, com seus cantos hipnóticos. Estão neste núcleo grande parte da base das lendas/folclore ocidental.

A narrativa é focada na história de Ulisses, herói da Guerra de Tróia que na volta para casa cega o ciclope Polifemo, filho do deus dos mares Posídon – “o sacudidor de terras” –atraindo a fúria do irmão de Zeus e tendo seu regresso para casa retardado em dez anos. Após perder todos os companheiros de jornada, Ulisses se vê preso pela ninfa Calipso, que apaixonada pelo herói o retém em seu leito, sonhando em torna-lo imortal como ela. Ulisses passa os dias chorando na praia, olhando para o mar e sonhando pelo dia em que verá novamente sua terra natal. É então que a deusa Atenas se apieda do herói e passa a interceder por ele, ajudando-o a escapar da ninfa e incitando seu filho Telêmaco a ir atrás de notícias do pai. Enquanto isso em Ítaca, os nobres solteiros da região sonham em casar com Penélope a belíssima esposa de Ulisses - que consideram morto. Penélope, ícone de fidelidade, diz que só escolherá um novo marido quando tiver terminado de tecer a mortalha para Laertes, pai de Ulisses, mas toda a noite ela desmancha o trabalho, começando do zero no dia seguinte. Enquanto esperam, os pretendentes ficam na casa do guerreiro, matando e devorando seus porcos, bois e cabras, dormindo com suas escravas e organizando banquetes infinitos que consomem as riquezas da família.


Explicar a importância da epopéia de Ulisses para a literatura mundial é dizer porque Marx foi importante para o comunismo, ou imaginar que Chuck Berry, Elvis e os Beatles formasse uma só banda seminal para o rock ‘n’ roll. Para ficar em alguns exemplos, James Joyce estruturou seu clássico “Ulysses” em cima da Odisséia e Camões e Virgílio escreveram suas principais obras seguindo as tradições homéricas. Grande parte dos mitos, lendas, e pensamentos ocidentais têm sua base na “Ilíada” e na “Odisséia”. Vejamos, um homem injustiçado volta para se vingar de quem lhe roubou (ou tentou) os bens e o amor. Uma idéia genial do francês Alexandre Dumas em “O Conde de Monte Cristo”? Bem, o arquétipo da vingança clássica já estava escrito na terceira parte da “Odisséia”. Na mesma parte observa-se o mito da entidade fantástica que se disfarça de mendigo e testa a bondade das pessoas. Não é assim em “A Bela e a Fera” ou nas pregações bíblicas? É assim também que Ulisses volta para a casa e reconhece a fidelidade de seu servo Eumeu, o porqueiro, e a traição da escrava Melanto, que dormia com um dos pretendentes. Quando desce ao reino dos mortos, Ulisses se depara com diversas figuras do imaginário grego, entre elas o heróis de tróia Ájax e a mãe de Édipo, Epicasta, que depois serviria de base para a clássica teoria de Freud, o pai da psicanálise. Na Rapsódia VIII são descritos os esportes gregos como o pugilato, o salto, a corrida, o arco e flecha e o arremesso do disco, base das Olimpíadas. Segundo o narrador “(...) não há maior glória na vida para um homem do que alcançar alguma vitória com os pés e com as mãos”.

A narrativa homérica é marcada pela repetição de algumas formas e trechos. As palavras que tem resposta são “aladas”, os homens valorosos são “semelhantes a um deus”. O nome de Zeus vem sempre sucedido de “Filho de Cronos” e a manhã é anunciada pela chegada da “madrugadora Aurora dos róseos dedos”. Em diversos momentos Homero trata da arte dos aedos – responsáveis por recitar em versos os feitos dos heróis aqueus, antepassados dos gregos – e de sua capacidade de prender a atenção dos ouvintes em uma história empolgante, fazendo uma referência a sua própria arte de recitar a “Odisséia”, poema de origem oral. Vale lembrar, também, que a estrutura final da obra não é linear. Séculos antes de “Pulp Fiction” virar referência na narrativa do cinema, o poema de Homero é repleto de flashbacks, histórias paralelas e mudanças de protagonista – apesar de Ulisses ser o herói e ponto de união de toda obra.

A ligação com a “Ilíada” também é recorrente, aparecendo na saga alguns dos heróis da epopéia anterior como Nestor, Menelau e as almas de Agamémmon e Aquiles. Penélope faz oposição a Helena, no papel da esposa fiel, resistente a todas as provações

Enfim, leia a “Odisséia”. Tanto se você tem um interesse acadêmico na literatura, quanto se você gosta de História, ou mesmo se você é apenas fã de uma boa história de aventura – aficionados por sagas como “Senhor dos Anéis” e “Star Wars” terão um prazer homérico em mergulhar na saga de Ulisses. Só pelo fato de você estar lendo este texto em português, você já é um dos milhões de influenciados pela cultura que deu origem aos versos do genial poeta que talvez nunca tenha existido.

Personagens:
Odisseu/Ulisses: herói da guerra de Tróia.
Penélope: esposa de Ulisses
Telêmaco: filho de Ulisses e de Penélope
Laertes: pai de Ulisses, vive no campo.
Eumeu: porqueiro, servo fiel de Ulisses,
Euricleia: ama de confiança
Antino: líder dos pretendentes o mais malvado de todos
Eurimaco: um dos pretendentes
Alcino: rei dos feácios, hábeis navegantes
Areta: esposa de Alcíno
Nausíca: filha de Alcino, se apaixona por Ulisses
Laodamante: irmão de Nausíca, desafiador de Ulisses nos jogos.
Baio: companheiro de Ulisses nas viagens marítimas
Euríloco: companheiro de Ulisses nas viagens marítimas
Perimedes: companheiro de Ulisses nas viagens marítimas
Elpenor: companheiro de Ulisses nas viagens marítimas
Atena: deusa que intercede a favor de Ulisses
Poseidon ou Posídon: irmão de Zeus, intercede contra Ulisses
Éolo: rei e deus dos ventos
Hades: deus do mundo subterrâneo
Hermes: mensageiro dos deuses
Polifemo: ciclope ferido por Ulisses devorou parte de seus companheiros

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16.4.09

"Sonhei a saga do herói – ser adulto dói"

1.

Caminho, cotidiano, caminho cotidiano
Essa é a casa do Rodrigo, se não me engano
Caminho, cotidiano, caminho cotidiano
Voltando da escola sem ideias, sem planos.

Um vulto, um rotweiller? Um desejo proibido?
Dois ursos copulando, eu passo escondido
Na outra calçada há um gorila assassino
Eu passo travado ainda menino

Caçadores, me ajudem, desçam deste caminhão
Carregado de macacos e munição
"Menino, vá pra casa, corres grande perigo
Bestas fugiram do inconsciente perdido.”

***

2.
Em direção a minha casa, envelheço três anos
Pelos na cara, espinhas, enganos
Avisto um amigo, parece perdido
No tempo – não o conheço, isso não faz sentido

O quintal envolto por densa névoa
Rodeada de gorilas, ursos e feras
Eu entro, me embrenho, com medo, eu venho
Meu irmão lá, tranquilo, não entende aquilo

"Cara, você está louco, feche as portas e o coração"!
Vou ligar pros caçadores que ocupavam o caminhão

Veja só que estranho, que mistério sagaz
Ilegíveis letras cegam o rapaz

“Pai nosso que estais no céu...”
Não decifro o cartão
“Santificado seja o você nome”
Não aprendi a oração

Sair de casa. Enfrentar. Ah! Está triste lança não é capaz de matar.
Estraçalha a ponta na dura carapaça, e os monstros me arremessam uma horrível carcaça
Para dentro da casa, eu fujo em desespero, inseguro, sozinho, morrendo de medo.

***

3.
Negros fantasmas cercam minha adolescência
Proibidos pensamentos me corroem a inocência.
Pra dentro da casa, a couraça, o sigilo.
Encontro um bebê, muito desprotegido.

Abraço o infante, carinho e abrigo
Bizarras gárgulas fogem do armário
Puxando a criança - infeliz aniversário!
Eu choro, eu grito, mas não tenho um amigo

Minha única solução é pular na prisão
Para dentro do armário, um túnel corsário
Curvilínea queda livre, sem poder me apoiar
Horror e adrenalina não consigo gritar.

Do outro lado do mundo – será a China?
Um dia ensolarado - comercial de margarina.
A grama é verde como o cinema ensina


Ah, o céu é azul como no interior
Em paz eu caminho, saí vencedor

Estou moço e seguro não sinto mais dor
Tijolos amarelos calçam o corredor
***

4.

Pego o carro, que meu pai nunca emprestou
e sigo minha vida.

leve.
livre
linda

Comprida
!!!Cumprida!!!

9.4.09

Kiss ao vivo em São Paulo - 07/04

Nunca vi o Nirvana tocar "Smells Like Teen Spirit", nem os Beatles tocando "Help" e nem os Ramones mandando "Blitzkrieg Bop". Provavelmente nunca vou ver Stones detonando "Satisfaction" ou o Black Sabbath original entoando "Paranoid". Quando eu quis ver Bob Dylan cantando "Like a Rolling Stone", ele me sabotou com uma versão irreconhecível.

Mas ontem vi o Kiss disparar "Rock 'n' Roll All Night" com perfeição e foi ótimo.

5.4.09

Debbie Harry nua - Musas do Rock

-Pin Ups e burlesque
-Outras musas


Uma nova série para esse blog Punk Brega Onanista: as musas do nosso querido rock 'n' roll

Deborah Ann "Debbie" Harry, nasceu dia 01 de julho de 1945, e ficou famosa como vocalista do Blondie, grupo de New Wave, integrante da cena nova yorkina dos Ramones e Cia. A loira era a única coisa bonita que colava no CBGB.

Além do sucesso com o Blondie, Debbie atuou como atriz e até dublou um dos personagens de GTA: Vice City

-Veja fotos sexy de Courtney Love

Vídeo doidão de Debbie Harry em 1975



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Flea tocando com Nirvana no Brasil - Vídeo



Vídeo bem legal do Fle - baixista do Red Hot - tocando com o Nirvana no Brasil, no Hollywood Rock, em 1993. Dica do Bruno Dias do Urbanaque

1.4.09

"A Ilha"

Se você entrou por acaso neste bloguinho, dá uma olhada no meu conto "A Ilha" publicado lá no Clube de Ideias.


Tem umas ilustrações bem legais da Sabrina Barrios

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