Professores associados: Jáder, Machado, Vladimir, Teixeira, Figueiredo e Veloso.
Embriagados com o novo ano assistimos “O Leopardo” de Visconti, fumando “Dona Flor”, para fortalecer a nossa crença que as mudanças tardam, mas chegam. Carregando espectros , lembra Figueiredo, espectros que são o fardo histórico que acompanha os homens.
No filme é possível observar a decadência da nobreza italiana frente ao processo de modernização burguesa. A cena em que aparece a família de Don Fabrizio chegando a uma localidade do interior, cobertos de poeira quando assistiam a uma missa, parecem fantasmas da nobreza que não percebe que já morreu que é o seu fim.
O professor Veloso lembra à adesão ao movimento de unificação, de Tancredi, sobrinho do príncipe Fabrizio, rompendo com a tradição da nobreza, dos reinos e principados fragmentados, chegando a casar com uma burguesa. Mas a adesão de Tancredi não se explica só por isso, afirma Vladimir.
Tancredi não vê saída para a nobreza. É preciso participar da luta pela unificação para continuar controlando as massas. A nobreza deve mudar, para continuar existir, dividindo seu poder com a burguesia.
O padre conselheiro de Don Fabrizio é contra a unificação. É claro. Alerta sobre ambição do povo que pode tomar as terras da nobreza e as do Vaticano.
O professor Machado observa que Don Fabrizio olha para os acontecimentos como fatalidade histórica e ironiza a modernização: “será que as estradas vão melhorar com a nova ordem política”. Como grande parte da nobreza siciliana, Don Fabrizio vive de acordo com a rigorosa moral católica, mas cede aos desejos, afinal diz ele, “sou um homem vigoroso”, como não ceder à carne (aventuras extraconjugais), quando teve sete filhos sem nunca ter visto nem o umbigo da nobre e cristã esposa.
Assim, iniciamos o ano sem nenhuma empolgação, expectativas, apreciando o nosso estado de espectadores da realidade, porque com a exceção de Vladimir, cansamos da práxis.
Trailer de "O Leopardo", de Luchino Visconti
Jáder Marcos Paes Correto da Rocha
17.12.09
"O Leopardo" de Luchino Visconti: 7ª sessão do Clube de Idéias
Cuspido por Di Giacomo às 20:58
Marcadores: cinema, clube de ideias, filme, jáder, luchino visconti, o leopardo, resenha
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Um comentário:
Gabriel Gianordoli disse...
É um belo filme e uma boa resenha. Parabéns.
15 de Janeiro de 2009 10:09
Fred Di Giacomo disse...
Nossa! Olha só o Gabriel comentando no blog! Meu pai vai ficar orgulhoso!
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