1.4.08

Profeta da Fome - Poesia

O meu lirismo é feito do sangue das crianças mortas.
É o ritmo do dia-a-dia que importa.
A rima das ruas tem outra nota.
A canção do povo negro agora é lei.
A harmonia do trabalho sujo é a que eu sei.
Do lixo da sua sociedade me alimentei
***
Dos seus excrementos floresceu minha consciência.
Da suas entranhas minha penitência.
Dos moribundos emana a resistência.
Aguardo a vida passar, observando a miséria mundana.
Acredito nas emoções suburbanas.
Tento ter fé na raça humana.

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