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Obra-prima do escritor irlandês Samuel Beckett(1906-1989), “Esperando Godot”(En attendant Godot / Waiting for Godot) é uma das principais peças do teatro do absurdo e traz ainda forte carga existencialista e influência do humor clássico americano de Charles Chaplin e Buster Keaton. Seus personagens são apenas 5, sendo 4 clowns com chapéus de coco e um menino. Tudo na peça é dobrado e gira em torno do duplo. Vladimir e Estragon são os pobres vagabundos que esperam eternamente Godot, sem nem lembrar direito o porquê. Vladimir é um poeta frustrado, Estragon é movido pelos sentimentos. Foram comparados a duplas como “O Gordo e o Magro” ou aos já citados comediantes, Buster Keaton e Charles Chaplin. Lembram também a dupla massacrada pela recessão americana de “Ratos e Homens” de Steinbeck.
Ainda seguindo a dinâmica do duplo, “Esperando Godot” é dividida em dois atos. A dupla de vagabundos interage com Pozzo e Lucky, senhor e servo, e passa por dois dias e duas noites. Algumas frases e situações se repetem constantemente, sem que os personagens percebam, mas criando um sentimento de rotina e tédio, ingrediente fundamental para o acontecimento principal da peça: “o ato de espera”.
-Vamos embora
-A gente não pode
-Por quê?
-Estamos esperando Godot
-É mesmo
-Mais literatura
-Simone de Beauvoir, nossa musa com cérebro
26.10.09
Esperando Godot - Samuel Beckett ****
Cuspido por Di Giacomo às 13:22
Marcadores: esperando godot, livro, resenha, samuel beckett, teatro
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Um comentário:
poxa, não sabia que tu era amante de Beckett não! nem de outros tantos outros. esperando godot é "MARA". tenho a versão "original" da obra. quando tu aprender francês, te empresto belê?
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