29.11.07

Amar é...

Tornar o simples complicado:
Pegar um homem só
E colocar uma mulher ao seu lado.

Tim Maia Racional



ABC do Tim Maia Racional.
Uma introdução a quem quer se iniciar num dos mais cultuados e obscuros discos da black music nacional

(Em 2004 eu ouvia os discos Racionais do Tim Maia todos os dias, decorava as letras e tirava as linhas de baixo. Empolgado, escrevi esse longa resenha/reportagem pro Watchtower zininho do amigo ECM:)

Introdução.

Buscapé caminha feliz por ter conseguido sobreviver no inferno ao final de Cidade de Deus, Marcelo D2 sampleia e cita em seu primeiro disco solo “Eu tiro é onda”, dois compradores aparecem desesperados atrás dele numa cena do filme “Durval Discos” moleques correm atrás na internet, fanáticos pagam 200 reais por disco e o som é pipoca nos bailes de samba-rock e black music. Unanimidade que reúne, DJ Hum, Caetano Veloso, Fred 04, Nação Zumbi, Gal Costa e Racionais Mc’s. Afrika Bambaata? James Brown? Alguma nova banda do interior dos Estados Unidos? Não, o responsável é o velho Tim Maia e seu par de discos “racionais”.

Histórias Racionais.

A relação de Tim Maia com a tal seita racional, ou Universo em Desencanto, é complicada, poucos sabem o que levou o doidão mais famoso da MPB a se converter aos ensinamentos de um guru de Nova Iguaçu. Segundo o companheiro de soul music, Hyldon em declaração ao e-zine Ruídos “Tim passava por um momento difícil. A Geisa, mulher com qual teve um filho e que morava com ele, tinha ido embora. E ele já tinha tomado uma porrada com a mulher anterior, a Janete, já falecida. Acredito que num momento de desespero ele buscou uma ajuda espiritual". A isso se somavam anos de abuso de drogas e um desejo de entrar em contato com discos voadores. Tim Maia vinha de uma luta pra se estabelecer no cenário da música nacional que começara no início dos anos 60, final dos 50. Amigo de Roberto e Erasmo Carlos, tivera projetos com os dois e passara alguns anos nos Estados Unidos onde acabou sendo preso e deportado por posse de maconha. Um jovem negro, polêmico e fã de black music não se enquadrava nos moldes da jovem guarda branca e bem comportada e, assim, Tim vagou até ser descoberto em uma gravação de "These are the songs" ao lado de Elis Regina. Daí seguiu-se o sucesso de “Primavera", "Gostava tanto de você" e "Não quero dinheiro". Foi nessa época que o soulman “atingiu o bom senso.”

O primeiro contato de Tim com a seita foi ao encontrar um livrinho (o tal "que veio a mão") na casa do compositor Tibério Gaspar, cujo pai pertencia ao Universo Racional. Pelo que parece, a iniciativa independente de Tim já estava em andamento quando o cantor decidiu conhecer a seita, raspar a cabeça e vestir branco. Segundo Paulinho Guitarra que participou das gravações do disco as bases foram gravadas no final de 1974, nos antigos estúdios da RCA (hoje Companhia dos Técnicos), em Copacabana.. Uma vez convertido, o cantor mudou as letras e os títulos das músicas. Adios San Juan de Puerto Rico, por exemplo, virou Quer Queira Quer Não Queira. Tim teria realmente largado as drogas, pelo menos as ilegais “(anos mais tarde, membros do grupo de reggae Cidade Negra, criados na mesma baixada fluminense da seita Racional, diriam numa entrevista que costumavam ficar jogando bola na porta da sede, em Nova Iguaçu, e sempre aparecia alguém "pedindo pra gente comprar cigarro pro Tim Maia")” e passado a se dedicar ao estudo dos livros da seita. O cantor criou um mal estar definitivo com a rede Globo por ter se recusado a entrar no ar com roupas de outras cores que não fossem as brancas exigidas pela seita e começou a ter dificuldades de divulgar seu trabalho. Os disco eram vendidos de mão em mão pelos músicos, os shows(que se tornaram verdadeiros cultos de pregação) eram freqüentados apenas por seguidores da seita racional e as músicas, com exceção de “Imunização Racional(Que Beleza)”, não tocaram na rádio. Pra piorar Tim teve que se livrar de todos seus pertences materiais, eliminando fogão, geladeira, carpete e mandando, segundo a lenda, sua coleção de discos de black music para a casa do sobrinho Ed Mota.

O namoro de Tim Maia com a seita durou até ele perceber que o seu “mestre espiritual” Manoel (homenageado à capela na fraca “Grão mestre varonil”) era na verdade um tremendo charlatão. A seita que também atraíra Jackson do Pandeiro, misturava conceitos de candomblé com extraterrestres e se mostrou milagrosa apenas em ganhar dinheiro as custas de Tim. O cantor revoltado passou a renegar seus discos, e nunca os relançou. Pediu, inclusive, para que Marisa Monte não regravasse “Que Beleza”(que acabou sendo resgatada por Gal Costa, Monobloco e Timbalada). Sobre o “mestre varonil” só sobraram farpas: "Seu" Manoel vendera milhões de livros às suas custas e era o "maior estuprador de Nova Iguaçu", graças a uma espécie de Viagra natural chamado guiné-tabu, que Manoel Jacinto consumiria avidamente. Pra revista Playboy o cantor relatou em 1991: “Quando cheguei lá, vi que o negócio era umbanda, candomblé, baixo espiritismo (...) "Ele (Jacinto Coelho) passou 15 anos com seu Sete da Lira e tinha uma propriedade enorme em Nova Iguaçu, que incluía até um motel para extraterrenos


Clipe da música Bom Senso.

O som que virou culto.

Os discos racionais de Tim foram divididos em dois volumes ambos com 9 faixas e lançados ao mesmo tempo. As capas são iguais e mostram um desenho tosco, retirado de um livro da seita “Universo em Desencanto”. O primeiro só tem composições de Tim e o segundo já traz músicas de outros autores: Robson Jorge ( "O dever de fazer propaganda deste conhecimento"), Beto Cajueiro ( "Cultura racional") e de outros membros da banda ("O caminho do bem"), etc. Segundo o site “O Ruído” Tim chega mesmo a se satirizar no disco, com o samba-soul "Paz interior": Edson Trindade, autor da música, fez dela uma resposta a outra canção sua gravada por Tim, "Gostava tanto de você" - o refrão diz: "eu agora/já não dependo de você".

O som é um funk/ soul limpo, quase gospel e sem as firulas da fase mais comercial de Tim. Não há arranjos de cordas virtuosos, ou canções comerciais de Peninha. Não há aquele tempero brega que a fase posterior de Tim ganhou. Há sim um conjunto de excelentes músicos da black music nacional, Serginho Trombone e Oberdan Magalhães da banda Black Rio incluídos, fazendo um som de dar inveja a Marvin Gaye e George Clinton. O disco é, como um todo, um desabafo espiritual de Tim, que exorciza seus demônios procurando encontrar o seu equilíbrio, procurando encontrar a paz. É um daqueles discos antológicos da história do pop, marcados pela angústia, quando “a dor presente nos faz continuar”. Como em “Lóki?” De Arnaldo Baptista ou na faixa “Tears in Heaven” de Eric Clapton, o que o rei do swing nacional faz é transformar sofrimento em notas musicais. E o resultado é antológico!

A primeira faixa é “Imunização Racional(Que Beleza)”, um quase reggae com guitarras wha-wha e swing soul. É a menos comprometida com a cultura racional e pode passar como uma canção normal, por isso mesmo foi a que fez mais sucesso na época. Em seguida vem “O grão mestre varonil” à capela, que apesar da voz de trovão de Tim se perde na idolatria ao charlatão “seu” Manoel. Na seqüência, vem uma das melhores faixas do disco “Bom Senso”, um funk redondo com baixo marcando e bateria swingada que explodem no refrão em um soul gritado pela voz forte de Tim. Sua letra é um relato da conversão do doidão: "Já virei calçada maltratada/e na virada quase nada/me restou, a curtição/já rodei do mundo quase tudo/no entanto, num segundo este livro veio à mão/já senti saudades, já fiz muita coisa errada, já vivi nas ruas, já pedi ajuda/mas lendo atingi o bom senso/a imunização racional". Na seqüência “Energia Racional” e o soul arrastado de “Contato com o Mundo Racional”. As duas últimas são em inglês : “You don’t know what I know” e “Rational Culture”. Lembrando dos seus tempos nos EUA, Tim Maia fala como um pregador negro do Bronx, chamando o ouvinte como James Brown e mandando um funk excelente, cheio de swing, que taca fogo em qualquer pista. As linhas de baixo, são todas memoráveis, e os riffs são marcantes, grudando na cabeça do ouvinte que acaba até querendo saber que diabos é essa tal cultura racional.

O segundo disco começa com o balanço de “Quer queria, quer não queira” e segue com “Paz Interior” com letra irmã a de “Bom Senso”. O primeiro grande momento é “O Caminho do bem” um funk leve e pegajoso,que repete milhares de vezes o mantra “o caminho do bem...”, e se tornou febre após ser usada na cena do filme “Cidade de Deus” citada no começo dessa matéria. Esse disco é mais fraco que o primeiro mas traz ainda a excelente “Quiné, Bissau, Moçambique e Angola Racionais” que vem se tornando hit em festas black e universitárias, graças a seu swing irresistível, baixão marcante, solo rock n’ roll e influências africanas. É a fusão do som negro dos guetos americanos com as canções tradicionais africanas e o molejo do samba brasileiro. Outra palavra a não ser genial?

Nas versões piratas distribuídas nas “Grandes Galerias” de São Paulo ainda se encontram duas faixas bônus : “Meus Inimigos” e “Ela partiu”(sampleada pelos Racionais Mc’s em “Homem na Estrada”), idolatradas pelos samba-roqueiros e pertencentes a uma fase posterior a racional de 1977.

Para os que agüentaram essa matéria até o fim.

Os discos do Tim Maia Racional são caros e difíceis de encontrar, mas hoje em dia estão disponíveis nos programas de troca da internet e, logo-logo, alguém vai perceber o potencial dos álbuns e relança-los. Pelo glamour e fetiche de se pesquisar um disco que é um tributo a uma seita obscura e ninguém conhece, muita gente esquece que esses álbuns também tem seus defeitos. As letras são repetitivas e fracas, e talvez algumas músicas pudessem ser cortadas para o lançamento de um disco único. O que não resta dúvida é que se a seita “Universo em Desencanto” era uma enganação total, pelo menos ela inspirou uma coisa boa na terra: Um dos melhores discos de música negra feitos no Brasil e, porque não no Universo?

Fred “Racional” Di Giacomo 09/05/04
Após escrever essa matéria converteu-se a seita “Universo em Desencanto”, desistiu do jornalismo e hoje escreve panfletos para “seu”Manoel

-Confira aqui as melhores frases do Tim Maia!

24.11.07

Chaos A.D.: Sepultura


A hora do kaos.
Um grito tribal corta a modernidade.

Em 1993 o Sepultura já era um banda respeitada pela maioria dos metaleiros do mundo, seus dois últimos discos pela RoadRunner(Beneth The Remains e Arise) haviam recebido boa recepção do público e lhes aberto várias portas, rendendo uma série de turnês internacionais. Depois de 1993 a história foi outra, o Sepultura não era só mais uma banda de thrash metal, eles estavam na crista da onda, com videoclipes estourados na Mtv, shows ao lado dos principais nomes do rock(Ozzy, Pantera, Slayer, Alice in Chains, entre outros) e uma popularidade que talvez nenhum outro músico brasileiro tivesse alcançado. Para qualquer jovem que você perguntasse sobre o Brasil ele provavelmente iria citar o Carnaval, o futebol, o samba e o... Sepultura.


O clipe Territory, single do disco Chaos A.D.

O início do Caos são as batidas do coração de Zyon o filho de Max Cavalera no útero de sua mãe, logo as batidas se fundem com o groove de escola de samba vindo das baquetas de Igor Cavalera (então o maior batera de hardcore do mundo). A música é Refuse/Resist, um petardo sônico, com letra desesperada incitando a revolta. Nada mais de apocalipse e demônios nas letras dos mineiros, o inferno agora era na terra. Era a disputa de território entre judeus e palestinos, a destruição do sistema ecológico, o massacre do Carandiru, o cotidiano violento no qual todos nós aprendemos a sobreviver. Chaos A.D. é quase um disco conceitual, um manifesto terceiro mundista, homogêneo em sua diversidade ele traz um Sepultura politizado, voltado para o que se passava no Brasil e experimentando novas sonoridades.

Passada a fase ortodoxa do grupo a banda dos irmãos Cavalera agora misturava metal, hardcore e rock industrial com sons brasileiros (mistura que chegaria ao ápice no clássico Roots). Cabia ai então a acústica Kaiowas, um protesto contra a situação dos índios dessa tribo que se suicidavam devido à ocupação de suas terras. Os críticos compararam a música (que incluía percussão e solo de viola) a Led Zepellin com a diferença de que enquanto o Led misturava seu rock com sons asiáticos e africanos o Sepultura fazia a fusão com o som da sua própria terra. A partir de Chaos A.D. quem se interessasse pelo futuro do metal poderia procurar o Sepultura. O disco é considerado por muitos como influência básica no que viria a ser o new metal de Korn e Cia. O próprio Korn teria ficado ouvindo esse disco no estúdio enquanto gravavam. Lá já estavam as afinações graves e as baterias quebradas que estourariam nas paradas mundiais anos depois

O clima do disco era soturno, a trilha sonora de um futuro Ciberpunk, pesado,violento dominado por mega-corporações e transpirando capitalismo. O guitarrista Andréas Kisser deixou de lado o virtuosismo, para tirar novos timbres de sua guitarra minimalista uivante, o baixo de Paulo Jr, vinha muito grave,como um terremoto, cheio de efeitos, casando com o bumbo duplo furioso de Igor Cavalera, um gigante nas baquetas que injetava swing no hardcore mais agressivo.

Chamar o Chaos A.D. de marco no rock dos anos 90 pode parecer pretensioso, mas não seria injusto, Dave Grohl (ex- Nirvana, Scream e atual frontman do Foo Fighters) disse um dia que se não existisse o Mötorhead esse seria o melhor disco de metal do mundo. Nada mal para um bando de moleques que só queria imitar o Venom. Á partir de 1993 todas as bandas brasileiras podiam sonhar em competir de igual pra igual com os gringos e não sem deixar de lado a brasilidade. O que seria a base para um outro caos vindo da lama dos manguezais de Recife, mas isso é outra história...

Fred Di Giacomo 28/10/03.

Assista o clipe da primeira faixa de Chaos A.D.: Refuse/Resist:

Cidade de Deus: Realidade em Videoclipe.



Em 2003 eu tinha 19 anos, estudava jornalismo na Unesp-Bauru e tinha saído pela primeira vez do Brasil em janeiro. Minha tia tinha me pagado uma viagem de um mês pros States com direito a curso intensivo de inglês. Lá eu me deparei com o fenômeno "City of God". Alguns meses depois escrevi a resenha abaixo pro meu extinto zine Kaos

Dois moleques chorando com a mão estendida à espera de um tiro. Seu crime : roubar um frango pra comer. A sentença: um dos dois não vai sair de lá vivo. O carrasco: um garoto pouco mais velho, aspirante a traficante. O cenário: uma ruela estreita da Cidade de Deus, no entanto, podia ser qualquer outro buraco miserável do Brasil, mudam-se os atores e o enredo é o mesmo.

Muito já deve ter sido escrito sobre Cidade de Deus, não só em português, mas em todas as línguas do mundo. Lembro quando estava nos Estados Unidos de ter lido resenhas elogiosas na Rolling Stone e no Washington Post, “City of God” “seria o que Martin Scorcese teria tentado fazer em Gangues de Nova York e não conseguira”. Um misto de Pulp Fiction e Pixote. Um crossover de realidade e videoclipe.

A história todo mundo já sabe, baseada na obra mezzo ficção, mezzo realidade de Paulo Lins, narra a saga da favela Cidade de Deus no Rio de Janeiro de seus início nos anos 60 até o final dos anos 70, contando também a evolução do tráfico de drogas e a trajetória de Buscapé, um garoto que leva “vida de otário” tentando se virar sem entrar pro crime.

Crianças assassinas, jovens estupradas, policiais corruptos, o horror do Conrad, o nível mais baixo de miséria e violência. O que assusta em Cidade de Deus é que tudo ali é real, qualquer um pode trombar com um Zé Pequeno (o traficante sociopata do filme) pela frente, qualquer um pode perder a vida por um motivo idiota. A situação de calamidade não é problema só dos “pobres”. Os ricos são seqüestrados, tem seus filhos , usam drogas ou são assaltados no semáforo. Contratam-se seguranças, blindam-se carros, erguem-se muros. Milhares de dólares gastos à toa, o mal tem que ser cortado pela raiz, apesar de nossa elite burra ignorar, sem justiça social a situação só vai piorar.

“Eu fumo, eu cheiro, já roubei e já matei. Sou homem feito”. Essa é a lei que rege o cotidiano de milhares de jovens brasileiros que se envolvem com o crime por falta de oportunidade. Eu poderia falar aqui das tomadas de câmera, revolucionárias.da forma de narrativa empolgante, do uso de atores amadores, da excelente trilha sonora(uma capítulo à parte que inclui clássicos que vão de Cartola à Carl Douglas, passando por Tim Maia na fase Racional), mas o que vale a pena mesmo no filme é a história. É a chance do povo brasileiro se olhar no espelho.Sejamos sinceros, nosso mundo não é a realidade branca, classe média do Leblon assistida nas novelas da Globo. Somos um povo pobre, favelado,mestiço. Acho muito importante que cada vez mais o negro seja protagonista no cinema nacional. Madame Satã, Cidade de Deus, Carandiru, O Homem que Copiava, cada vez mais o negro consegue espaço nas telas.

Tive a experiência de assistir Cidade de Deus duas vezes no cinema, uma em Bauru, aqui no Brasil, e outra nos EUA. Nos dois lugares o filme foi um sucesso, em Washington a sala estava lotada, as pessoas faziam fila pra assistir City of God. Acho que pra eles tudo aquilo era uma realidade distante, o filme valia como obra de arte. Ai está o mérito de Fernando Meirelles como diretor. Para mim, brasileiro que me criei do lado de uma “quebrada” e tive oportunidade de conhecer um ou outro Buscapé ou Benê, tudo aquilo era um documentário. Fiquei orgulhoso, Cidade de Deus era o filme “que Scorcese não fizera”. E fiquei aliviado por muitos ainda conseguirem sobreviver a tudo seguindo “o caminho do bem” da música de Tim Maia...

Fred Di Giacomo. 27/07/03

Assista o traile de Cidade de Deus:


-Mais trailers legais

O Tempo Passa(do)

O Passado é
tudo aquilo que tinha
escrito na primeira linha.

23.11.07

Trabalhar com o Marquito é...

Correr o risco de receber pérolas como essa no meio do expediente:


Mas quem diabos é esse Marquito que curte esse tiozão que criou a música popular gaúcha?

Bom o Marquito é esse figura ai embaixo(e eu sou o babaca batendo palma e dando risadas sem som), ele é designer do site da Mundo Estranho e trabalha ao meu lado todos os dias. Às vezes ele dança. Às vezes faz coisas piores...heheheheh

Zé do Caixão: Entrevista 3



Essa é a última parte da entrevista com o Mojica realizada pela interpride trupe do 5contra 1 para o digníssimo site da Mundo Estranho!

Zé do Caixão: Entrevista 2


Sou um cara de poucas ambições no jornalismo. Duas que eu tinha e realizei eram entrevistar o Zé do Caixão e trabalhar na Bizz.
Essa segunda parte da entrevista com Mojica já ficou com uma edição melhor feita pelo Caue. A entrevista ficou a cargo de Artur Louback,Eduf, Felipe Van Deursen, Gustavo Heidrich e eu, Fred Di Giacomo

22.11.07

Zé do Caixão - Entrevista 1



Essa é a primeira parte da entrevista que fizemos com Zé do Caixão pro site da Mundo Estranho para o programa 5 contra 1.
Minha namorada chegou aqui do lado agora. Na próxima parte da entrevista eu explico a história do 5 contra 1.
Só vou adiantando a edição está meio tosca, heheheh

19.11.07

5 filmes que todo mundo viu menos eu(E eu ainda quero assistir...)

1. Eduakators
2.Cidade dos Sonhos
3.Noivo Neurótico, Noiva Nervosa(Annie Hall, que acho que vou ver hoje)
4.Beleza Americana
5. Sem Destino

Sim podem atirar as pedras. Mas vocês também não tem uma listinha dessas?

O pico de Allen Ginsberg com Sid Vicious no Inferno

(Ficou assim)

O pico de Allen Ginsberg com Sid Vicious no Inferno
Existe coisa mais junky,
Que poesia beat
E música punk?

(Era assim)
Existe coisa mais junky,
Que música beat
E poesia punk?

14.11.07

SHOW DO MILHOUSE EM RIBEIRÃO!

Oh, yeah! A destemida banda Milhouse vai fazer seu segundo show agora no belíssimo Porão em Ribeirão Preto. Não sabemos o que esperar por lá, mas nós garantimos uma apresentação recheada de clássicos punk brega nerds e a estréia de três músicas inéditas: "Nóis sumo pobre, mas sumo tudo limpinho", "Virei Cafajeste por causa dela" e o cover "Blue Suede Shoes".
ÇuÇeÇo!


Ah! Leia a resenha do livro "O Uivo" e diga o que achou!

O Uivo - Allen Ginsberg


Escrevi isso pro site do Eduardo(ECM ou Lúcio), o extinto Watchtower. Tinha lá meus 19 anos, mas ainda concordo:

Sobrevivendo no Inferno.
Resenha do clássico beat “O Uivo e outros poemas” de Allen Ginsberg.
“Eu vi os expoentes da minha geração, destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus...”.

Willian Borroughs é adorado no rock n’ roll, tomou picos com os punks e gravou uma música com o U2, mas a literatura beatnik se abriu pra mim com “O Uivo e outros poemas”, obra que conquistou milhões de leitores e tornou seu autor mundialmente famoso. Ginsberg pode ter conhecido a aprovação e a popularidade de um autor consagrado, mas nunca deixou de lado seu estilo “pervertido”, seus versos longos, sua acidez que o enquadram na poesia marginal. Homossexual, usuário de drogas, filho de uma comunista com que teve uma relação delicada, o autor escreveu sua obra num período pré-libertação hippie, segunda metade da década de cinqüenta, quando ainda se sentiam os ecos do Macarthismo e toda paranóia da Guerra Fria. Perseguido e processado pela direita puritana americana e sem o apoio dos ortodoxos da esquerda, Ginsberg escrevia tudo em ritmo de fluxo psicológico, versos grandes que eram na verdade um apanhado de versos menores,como se cada uma de suas poesias fosse um conjunto de pequenos poemas representados por cada parágrafo. De um lado há a escrita coloquial, com uso de linguagem crua, referências a órgãos sexuais, sodomia, drogas e muito jazz, do outro as diversas citações de autores e trechos da liturgia hebraica que demonstram a erudição do poeta,ou como Cláudio Willer escreve em sua apresentação, que os beats se tornaram escritores por serem antes de tudo leitores.

“O Uivo” é um grito de derrota, de revolta, um relato autobiográfico de quem passou por internações em hospitais, de quem viu o horror com os olhos. Autobiográficos são todos os poemas do autor como “Kaddish para Naomi Ginsberg”, escrito para sua própria mãe, um longo poema marcado pela dor, onde ele relata sua conturbada relação edipiana, desde os tempos da militância no Partido Comunista, depois enlouquecida e paranóica, entrando e saindo de instituições psiquiátricas(destino repetido pelo filho), até sua morte. Tudo escrito sem pudor, com a caneta espirrando sangue, a ironia impregnando o papel, pintando o irmão, Eugene, como um advogado fracassado, a figura paterna distante, a mãe hora motivo de repúdio, ora de desejo.
Ginsberg foi um autor que aprendeu a escrever, não só com a literatura, mas também com a vida. Escreveu “O Uivo” depois de sair de Nova York, ter conhecido o mundo trabalhando em um navio e ter chegado à Califórnia onde conheceu Ferlinghetti e Gary Snider, entre outros. Foi internado em instituições psiquiátricas, andou com traficantes e junkies pelas ruas dos Estados Unidos. Seus versos têm o lirismo das calçadas sujas, dos becos, as rimas alteradas pelas drogas, os (anti) heróis são seus amigos beats, seu companheiro no hospício Carl Solomon e Neal Cassady, o “NC”, amante de Ginsberg e Kerouac (com quem viveu um triângulo amoroso, envolvendo a mulher do escritor) e morto de overdose.

A poesia anárquica de Ginsberg é revolucionária, sem ser partidária, retrata a morte sem lamentações, como uma superação. O poeta passa por toda realidade como um sobrevivente. A vida é curta e ele a viveu da forma mais intensa, o que importa é o instante, já que como Ginsberg diz “o universo morre conosco”.
Fred Di Giacomo 09/08/03

11.11.07

Ladrões de Bicicleta, A felicidade não se compra e A General.

Inspirado pela listinha da Bravo!(revista pseudo, eu sei) dos 100 filmes essenciais, passei meu fim de semana chuvoso em Penápolis assistindo alguns clássicos preto e branco do acervo do meu velho pai:

-A General, Buster Keaton, 1927(EUA).
Buster Keaton ficou por muito tempo na sombra de Charles Chaplin com que o comparavam pelo estilo de humor que faziam nos tempos de cinema mudo. Mas Keaton é diferente, seu humor é mais físico e acrobático(uma espécie de Jackie Chan do começo do século), seus personagens são mais sérios e seu roteiro menos crítico. A General é uma história passada na Guerra Civil americana, em que Keaton é um maquinista Confederado que se mete em uma aventura para resgatar sua locomotiva(A General) e sua amada. As cenas de perseguição envolvendo vários trens impressionam, ainda mais tendo sido gravadas na década de 20.

-Ladrões de Bicicleta, Vittorio de Sica, 1948(Itália).
Ambientado na Itália pós-Segunda Guerra Mundial, o filme de Sica mostra um país miserável, onde homens desesperados fazem qualquer coisa por um trabalho ou mesmo um biscate. Antonio precisa de uma bicicleta para conseguir um emprego colando cartazes. Para isso sua mulher(personagem muito mais obstinada que ele, sempre meio apático) vende todo enxoval do casal. Logo na primeira semana o azarado Antonio tem sua bicicleta roubada e saí numa busca desesperada pela cidade acompanhado de seu filho Bruno(o ator mirim Enzo Staiola, grande destaque do filme).

-A felicidade não se compra, Frank Capra, 1946(EUA).
Até hoje "It's a Wonderful Life" era pra mim o filme que fazia meu pai durão chorar. Assisti esperando algo barra-pesada, mas trata-se de um clássico de natal, com ritmo que envolve o espectador até nos dias hoje narrando a história de George Bailey.(Americano que passou a vida em prol dos outros e afogado em dívidas pensa em se matar.) Não senti nem sinal de nó na garganta até o final que realmente tem um puta impacto emocional

Você já procurou seu nome no Google

Um dos pecados mais comuns da modernidade é movido pela vaidade. Na minha primeira vez, eu estava procurando informações sobre alguma amigo no Google e surgiu a curiosidade: se eu procurar meu nome no Google o que será que aparece? Depois, movido pelo narcisismo confesso que repeti a operação algumas vezes.("Olha só tem 3 páginas de resultados pra Fred Di Giacomo e duas pra Frederico Rocha"). Nunca comentei nada com ninguém achando que era um imbecilidade particular e me sentindo o ser mais fútil do mundo. Até que um dia minha namorada confessou que fazia isso sempre e meu companheiro de casa mudinho entrou na conversa decretando "todo mundo faz isso".
Feita a constatação, resta o lado divertido. Que tipo de coisa você já achou quando procurou seu próprio nome no Google? Acho que a mais bizarra foi uma poesiasinha tosca que eu postei no meu falecido zine punk KAOS e eu encontrei num blog desconhecido ( Sarava Club) com os devidos créditos:

O ministério da saúde adverte: Amar mata
"Deus é uma sádico
que vicia o homem no amor
Vendendo só o prazer
e esquecendo da contra indicação: a dor"
Fred Di Giacomo.
O link: http://saravaclub.blogspot.com/2005_03_01_archive.html

E você? Já procurou seu nome no Google? Descobriu algo bizarro?

8.11.07

Cantores Chiliquentos - Top 5

Preciso fazer um Top 5 com os cantores mais chiliquentos(ou seria xiliquentos?) do Brasil para um vídeo da Mundo Estranho. Pensei em Tim Maia, João Gilberto, Toni Garrido, Cazuza e Renato Russo. Caetano Veloso eu exclui porque ele faz "charme de chiliquento", não parece uma coisa natural, é o "chilique pensado", he, he,he....
Você tem alguma sugestão para acrescentar? O roteiro fica pronto até o fim do dia!

5.11.07

1001 discos para ouvir antes de morrer



Uhu! Uma lista gigantesca com discos fundamentais para ouvir antes de bater as botas! Escrita por "90 críticos internacionais de renome"(definição bem precisa essa), com prefácio do co-fundador da revista Rolling Stone Michael Lindon e edição de Robert Dimery. Entre os colaboradores só tem gringo mas umas 18 bolachas brasileiras entraram na dança. Dos óbvios Sepultura, Tom Jobim e Sepultura às inusitadas presenças de Suba e Carlinhos Brown(talvez a presença de Carlinhos Brown seja mais inusitada pra gente que pros gringos, vai saber!)
Como dá pra ver não são só álbuns de rock: tem jazz, rap, pop, música cubana... Já comecei a baixar a lista pelo Frank Sinatra. Até 2010 devo ter terminado a missão de ler as milhares de páginas e escutar todas as faixas recomendadas! Pra quem mora em sampa o livro está em promoção na FNAC Pinheiros: R$47,90

-Para baixar os discos no blog "No Brasil"

2.11.07

5 coisas que eu achava que nunca faria(e fiz)

1)Eu achava que nunca ia achar um disco do Caetano legal de verdade(E o Transa, que ele gravou na Inglaterra, é bom pra caralho).
2)Eu achava que nunca ia gostar de Jazz(Também... Meu pai ouvia jazz toda hora, inclusive de manhã pra acordar a gente pra escola!)
3)Eu achava que nunca ia ter um celular(Resisti até o último ano da faculdade)
4) Eu achava que não ia gostar de beber(...)
5)Eu achava que nunca ia ser feliz ao lado de alguém(Não é drama, sorte que as coisas mudam)

E você tem alguma coisa que você achou que nunca faria e fez?

Qual o animal que tem mais órgãos sexuais?



Tem neguinho que não acredita que eu ganho pra fazer isso. Na verdade está é só a parte legal do meu trabalho. Um dia eu vou ganhar SÒ pra fazer essas besteieras. Inclusive se alguém souber de uma vaguinha pra roteirista, ator, produtor, estamos ai!

Como o mar dizia

Me dão licença para um espirro poético?
A...A...A... ATCHIM!
***

Como o Mar Dizia.

A poesia é lúdica
A poesia é lúcida
A poesia é lírica
A poesia é líquida
A poesia é límpida
A poesia é
A poesia
A po
A...
A sia
A esia
A poesia
A poesia é
Maresia.


***
Saúde!
Obrigado! Agora volto a ser macho. Eu juro!

Dor de cabeça

Fiz esse comentário no blog da Serena. Achei bonitinho e resolvi salvar aqui
(Puta coisa fresca, eu sei!)
Dor de cabeça
Cerveja ajuda
Vodka cura
Mas no dia seguinte... Ninguém segura!

Reformando a casa

Agora que eu descobri que meia dúzia de pessoas lêem esse amontoado de palavras, resolvi arrumar o ninho de rato. Pedi pro meu companheiro de casa T. Lacaz(um minimalista inteligente) umas dicas pra "fonte e fundo" e achei mais bonitinho assim. Fundo branco com letra cinza escura parece fanzininho punk e os títulos roxos dão o tom mais brega.
Além disso, achei o título do blog(que eu criei em 2005, quando estava escrevendo umas memórias sobre a infância) muito emo. Punk Brega é mais legal!
AWAY!

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